Cansaço, febre, dor no corpo. Sintomas que poderiam ser de uma simples gripe podem ser dengue, doença transmitida pela mosquito Aedes aegypti. O verão acabou mas a doença continua fazendo vítimas por todo Brasil. Fique atento ao combate, por que evitar a proliferação do mosquito causador ainda é a solução mais eficiente contra esse mal.
A dengue no Brasil
A situação é alarmante. O Estado do Rio de Janeiro já registra 25 mortes causadas pela dengue. Acre, Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Goiás também tiveram óbitos confirmados.
A Secretaria de Vigilância em Saúde recebeu 2.365 notificações de suspeitas de casos graves de dengue em todo o país. A maior parte foi registrada no Sudeste, que somou 1.126 notificações (47,6% do total): a maioria no Rio de Janeiro (762), que, nos três primeiros meses de 2011, já possui o número de casos de dengue maior do que o total dos anos passado e retrasado somados.
O Aedes aegypti
O ciclo de transmissão começa quando a fêmea (só ela transmite a doença) o mosquito pica uma pessoa infectada. O vírus multiplica-se e chega nas glândulas salivares. Uma vez infectado, o mosquito vira vetor permanente da doença, retransmitindo o vírus em cada picada.
Proveniente da África, o mosquito, com pequenos riscos brancos, é melhor adaptado às regiões tropicais e subtropicais. Por isso é tão difícil combatê-lo no Brasil. "O que atrai o Aedes para o lugar onde ele irá colocar seus ovos é a umidade. O verão, com suas temperaturas altas e muitas chuvas, faz com que aumente a incidência do mosquito.", explica o entomólogo da Fiocruz Anthony Érico Guimarães.
A melhor forma de prevenção é evitar que ele se reproduza, combatendo os focos das larvas em locais de água parada. "Existem basicamente três tipos de controle. O controle físico, que consiste na eliminação dos criadouros - de longe, o mais recomendado. O controle biológico, feito por microorganismos capazes de matar as larvas. E também o controle químico, que é o uso de inseticidas contras as larvas ou os mosquitos adultos.", enumera a bióloga Denise Valle, também da equipe de pesquisadores da Fiocruz.
Existem quatro variações (sorotipos) do vírus da dengue: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Uma vez infectada por um dos sorotipos do vírus, a pessoa adquire imunidade para aquele caso especifico. "Não é importante, nem para o paciente, nem para o profissional de saúde, saber qual sorotipo está provocando a doença. Isso só vai atrasar o tratamento", alerta o secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.
"Como não existe nenhum medicamento específico contra a dengue, a conduta do médico para os tipos 1, 2, 3 e 4 é exatamente a mesma. Há outros exames muito mais importantes, como a contagem de plaquetas e o hemograma, para acompanhar a evolução do paciente e evitar agravamentos e mortes", aconselha.
Muito tem se falado sobre a a presença do sorotipo 4 do vírus, que não circulava no Brasil desde a década de 1980 . Ao contrário do que se pensa, este não é um tipo de dengue mais perigosa ou algo do tipo. Os sintomas e tratamentos são os mesmo dos tipos 1, 2 e 3. A única preocupação é com o fato da maioria da população não ter imunidade em relação a este vírus novo, o que aumenta as chances de infecção.
Outro cuidado importante é com a automedicação. Como os sintomas da dengue são parecidos com os de outras doenças, é comum recorrermos a remédios em casa, em vez de procurarmos ajuda em um hospital. O uso de medicamentos não indicados podem agravar o caso, como o ácido acetilsalicílico, que altera o mecanismo de coagulação e diminui a função de plaquetas. Não descuide! Ao menor sintoma, procure auxílio médico.
SINTOMAS DA DENGUE:
Febre alta com início súbito;
Forte dor de cabeça;
Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos;
Perda do paladar e apetite;
Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores;
Náuseas e vômitos;
Tonturas;
Extremo cansaço;
Moleza e dor no corpo;
Muitas dores nos ossos e articulações.
Dengue hemorrágica:
Os sintomas da Dengue hemorrágica são os mesmos da Dengue comum. A diferença ocorre quando acaba a febre e começam a surgir os sinais de alerta:
Dores abdominais fortes e contínuas;
Vômitos persistentes;
Pele pálida, fria e úmida;
Sangramento pelo nariz, boca e gengivas;
Manchas vermelhas na pele;
Sonolência, agitação e confusão mental;
Sede excessiva e boca seca;
Pulso rápido e fraco;
Dificuldade respiratória;
Perda de consciência.
Tratamento:
Ao ser observado o primeiro sintoma da Dengue, deve-se buscar orientação médica no posto de saúde mais próximo. Só depois de consultar um médico, alguns cuidados devem ser tomados, como:
Manter-se em repouso;
Beber muito líquido (inclusive soro caseiro);
E só usar medicamentos prescritos pelo médico, para aliviar as dores e a febre.
COMO IDENTIFICAR E ELIMINAR OS FOCOS:
Atitudes simples podem impedir a criação de focos do mosquito Aedes aegypti na sua casa ou no seu trabalho.
- Encha de areia até a borda os pratinhos de vasos de plantas;
- Lave semanalmente por dentro, com escovas e sabão, os tanques utilizados para armazenar água;
- Jogue no lixo todo objeto que possa acumular água, como embalagens usadas, potes, latas, copos, garrafas vazias, etc.;
- Mantenha bem tampados tonéis e barris d'água;
- Lave, principalmente por dentro, com escova e sabão os utensílios usados para guardar água em casa, como jarras, garrafas, potes, baldes, etc.;
- Mantenha a caixa d'água sempre fechada com tampa adequada;
- Evite ter bromélias em casa. Substitua-as por outras plantas que não acumulem água. Se preferir mantê-las, é indispensável tratá-las com água sanitária na proporção de uma colher de sopa para um litro de água, regando, no mínimo, duas vezes por semana. Tire sempre a água acumulada nas folhas;
- Mantenha o saco de lixo bem fechado e fora do alcance de animais até o recolhimento pelo serviço de limpeza urbana;
- Não jogue lixo em terrenos baldios;
- Entregue seus pneus velhos ao serviço de limpeza urbana ou guarde-os sem água em local coberto e abrigados da chuva;
- Guarde as garrafas vazias sempre de cabeça para baixo e em local coberto;
- Não deixe a água da chuva acumulada sobre a laje;
- Remova folhas, galhos e tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas;
- Lave bem os suportes de garrafões de água mineral sempre que trocar os garrafões;
- Verifique se as bandejas de ar condicionado não estão com acúmulo de água;
- Deixa a tampa dos vasos sanitários fechadas. Em banheiros pouco usados, dê descarga uma vez por semana. Use água sanitária com freqüência em qualquer grande reserva de água sem consumo humano.
- Verifique se há entupimento nos ralos e se não for utilizá-los, mantenha-os vedados.
- Cacos de vidro no muro. Coloque areia ou cimento em todos aqueles que podem acumular água.
FONTE: msn
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