sábado, 23 de junho de 2012

São João!

                                    São João



                                                                 23 e 24 de junho

Em festa de São João, na maioria das regiões brasileiras, não faltam fogos de artifício, fogueira, muita comida (o bolo de São João, principalmente nos bairros rurais é essencial), bebida e danças típicas de cada localidade.
No nordeste, por exemplo, esta festa tem um peso tão grande que no dia 23 de junho, depois do meio dia, em algumas localidades ninguém mais trabalha. Sítios, fazendas, ruas, estão preparadas, com bandeirolas coloridas, para a grande festa da véspera de São João.
Prepara-se a lenha para a grande fogueira, deixa-se ao seu lado batata-doce, mandioca, cebola do reino, milho; para posteriormente serem assados por suas chamas.
É em torno desta que se sentam os familiares de sangue e de fogueira.
A variação da fogueira varia de lugar para lugar, podendo ser quadrada, piramidal, empilhada... quanto mais alta, maior é o prestígio de quem armou.
A madeira a ser utilizada também varia bastante dependendo da localidade: pinho, peroba, maçaranduba, piúva.
As madeiras do tipo de cedro nem imbaúba, geralmente não são queimadas, bem como as ramas da videira, por terem uma relação estreita com a passagem de Jesus na terra.
Junto à fogueira são lançados balões que levam, segundo os devotos os pedidos para o santo.
Neste sentido, se o balão se queimar, seu desejo não será realizado.
Quando a fogueira começa a queimar, o mastro, que recebeu a bandeira do santo homenageado, já se encontra preparado.
Pode-se desta forma, levantá-lo enquanto são feitas preces, pedidos e simpatias:
"São João Batista, batista João
levanto a bandeira co livro na mão,
o nosso corpo e uma podridão,
no fundo da terra,
no centro do chão.
São João adormeceu
No colo de sua tia.
Se meu São João soubesse
Quando era seu dia
Descia do céu na terra
Cum bandeira de alegria".
Findando o levantamento do mastro, tem início a queima de fogos, soltam-se os busca-pés, bombinhas...
A arvorezinha, também denominada como mastro, que é plantada em frente às casas e, no lugar da festa, é plantada perto da fogueira; encontra-se enfeitada com laranja, milho verde, coco, presentes, garrafas...
A cerimônia do batismo simbólico de São João Batista é essencial na tradição desta festa, mesmo que, em alguns lugares ela tenha deixado de ser praticada hoje em dia. Os devotos se dirigem ao rio, cantando com bastante entusiasmo:
"Vamos, vamos,
toca a marchar,
N'água de São João
Vamos nos lavar..."
E, na volta após o banho coletivo, se dirigem ao terreiro cantando:
" N'água de São João me lavei
Toda mazela que tinha deixei!... "
Ou ainda, trazendo em suas cabeças grinaldas de folhagens:
" Capelinha de melão
É de São João
É de cravo e de rosa
É de manjericão..."
Porém a prática do banho varia de uma região para outra.
Por exemplo, no Mato Grosso, não são as pessoas que se banham nos rios, mas sim a própria imagem do santo que banhada.
Outra variação desta cerimônia é encontrada no Norte do Brasil.
Nesta região, principalmente no Belém do Pará e Manaus, o "banho de cheiro" já faz parte das tradições juninas.
A preparação do banho de São João inicia-se alguns dias antes da sua festa.
Os ingredientes para o banho, como: os trevos, ervas e cipós, são pisados e as raízes e paus ralados dentro de uma bacia ou cuia com água, sendo guardados em garrafas até a hora do banho.
Chegada a hora da cerimônia, joga-se a água limpa pelo corpo e esfrega-se com os ingredientes.

Acredita-se que este banho tem o poder mágico de trazer muita felicidade às pessoas que o praticam.
As danças regionais, o som das violas, rabecas e sanfonas, o banho do santo, o ato de pular a fogueira, a fartura de alimentos e bebidas; compõe a festa de São João e transformam-na em uma noite de encantamentos, que inspira amores e indica a sorte dos seus participantes que pisam, no fim da festa, na brasa da fogueira para demonstrarem sua devoção.


São João Batista, santo católico, primo de Jesus Cristo, nasceu a 24 de junho e morreu a 29 de agosto do ano 31 d.C., na Palestina; tendo sido degolado por ordem de Heródes Antipas, a pedido da sua enteada Salomé, pois a pregação do filho de Santa Isabel e São Zacarias incomodava a moral constituída na sua época.
Antes mesmo de Jesus, Batista já pregava publicamente às margens do rio Jordão.
Destacando-se por seu jeito áspero e intolerante de ser, instituiu a partir da prática de purificação através da imersão na água, o batismo, tendo inclusive batizado o próprio Cristo nas águas deste rio.
O dia 23 de junho, véspera do nascimento de São João e quando são iniciados os festejos, é esperado com especial ansiedade e segundo Frei Vicente do Salvador, um dos primeiros brasileiros que escreveu a história da sua terra, já no ano de 1603 os índios acudiam todos os festejos portugueses, em especial o dia de São João por causa das fogueiras e capelas.
A importância de São João fica bastante clara, quando percebemos que dentre os santos do mês de junho, ele teve o poder de dar ao mês o seu nome (mês de São João) e qualificar de "joaninas" as festas realizadas no decurso dos seus 30 dias.
São João é muito querido por todos: moças, velhas, crianças ou homens, seja para fazerem de oráculo nas adivinhações ou para festejarem pirotecnicamente com fogos de artifício, tiros e balões coloridos, além dos banhos coletivos pela madrugada.

São inúmeras as lendas relativas a este santo e a tradição da sua festa: fogueira acesa à porta de cada casa para relembrar a fogueira que Santa Isabel acendeu para avisar Nossa Senhora do nascimento do seu filho, por exemplo.
O São João, segundo a tradição adormece no seu dia, pois se estivesse acordado vendo as fogueiras que são acesas para homenageá-lo, não resistiria: desceria à Terra e esta correria o risco de incendiar-se.


São João, filho do sacerdote Zacarias e de Isabel - parenta próxima de Maria, mãe de Jesus - segundo o testemunho de São Lucas nasceu numa cidade de Judá. Chamaram-no 'Batista' pela importância que, em seu ministério, emprestou ao batismo, e 'o Precursor' porque pregou imediatamente antes de Cristo, anunciando-o.
O relato evangélico sobre São João reflete bem o ponto de vista da primitiva Igreja palestinense, que insistia em apregoar uma grande afinidade entre João e Cristo.
Esta, contudo, não parece ter sido muito grande.
A existência de discípulos de João Batista, em Éfeso (At 18, 25 e 19, 3), parece mostrar um paralelismo de pregação e não uma convergência.
A estima de Cristo por João era grande (Mt 11, 7 e ss.).
Iniciou suas atividades religiosas no ano 15 do imperador Tibério, pregando nas margens do rio Jordão.
Segundo os Evangelhos, João Batista alertava o povo para a aproximação da vinda do Messias e insistia na preparação pela penitência, para esta vinda.
Flávio Josefo, historiador judeu do séc. I, diz que João praticava um ritual de purificação corporal por meio de imersão na água, significando mudança interior de vida.
Sua missão termina com o encarceramento na fortaleza de Maquerunte, onde foi degolado por ordem de Herodes Antipas.
Sua festa, a 24 de junho, é como que a convergência de certos cultos agrícolas, de elementos dionisíacos e de cultos solares germânicos e celtas.
A tradição popular da festa de São João representa o elemento sincrético-cristão desses rituais pagãos.

Festa Litúrgica: 29 de Agosto

Com satisfação lembramos a santidade de São João Batista que pela sua vida e missão foi consagrado por Jesus como o último e maior dos profetas: " Em verdade eu vos digo, dentre os que nasceram de mulher, não surgiu ninguém maior que João, o Batista...
De fato , todos os profetas, bem como a lei, profetizaram até João.
Se quiserdes compreender-me, ele é o Elias que deve voltar "
(Mt 11, 11- 14).
Filho de Zacarias e Elisabete, João era primo Jesus Cristo, a quem precedeu como um mensageiro de vida austera, segundo as regras dos nazireus.
São João Batista de altas virtudes e rigorosas penitências, anunciou o advento do Cristo e ao denunciar os vícios e injustiças deixou Deus conduzi-lo ao cumprimento da profecia do Anjo a seu respeito:
" Pois ele será grande perante o Senhor; não beberá nem vinho,
nem bebida fermentada, e será repleto do Espírito Santo
desde o seio de sua mãe.
Ele reconduzirá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus e ele, mesmo caminhará à sua frente..." ( Lc 1, 15).
São João Batista desejava que todos estivessem prontos para acolher o Mais Forte, por isso sem moralismo, mas impelido pela missão profética denunciou o pecado do governador da Galiléia Herodes, que escandalosamente tinha raptado Herodíades - sua cunhada - e com ela vivia como esposo.
Preso por Herodes Antipas em Maqueronte, na margem oriental do Mar Morto, aconteceu que a filha de Herodíades encantou o rei e recebeu o direito de pedir o que desejasse, sendo assim proporcionou o martírio do Santo, pois realizou a vontade sua vingativa mãe:  - Quero que me dês imediatamente num prato, a cabeça de João, o Batista" ( Mc 6,25)."

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